O valor social da religiosidade [Ideia-Síntese]

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011 ·


  Seria pretensão demais tentar esgotar um tema tão elevado em meia dúzia de linhas. Estudiosos de várias esferas acadêmicas – geólogos, antropólogos, cientistas sociais, historiadores e afins, há muito se debruçam sobre o assunto, núcleo imprescindível para os que insistem em querer manifestar opinião sobre a vida religiosa das pessoas. O termo “religiosidade” é permeado por uma série de valores, crenças, mitos e ritos, que coadjuvam [e compõem] o sistema social dos que adotam literaturas sagradas como regra de fé e prática para suas vidas.
  A ideia aqui é a tentativa de clarificar a visão de mundo que alguns tendenciosos têm sobre os religiosos; entretanto, também não se advoga nenhuma causa relativa às crenças do mundo, que já têm sua proteção tutelada pelos fieis que alimentam suas abstrações nos ritos que compõem suas vidas espirituais – e sociais. A crítica de intenção pejorativa, que aliena os benefícios da prática religiosa, deve tirar longas férias, já que é sempre acompanhada pela perda de diferencial analítico, pela falta de estruturação intelectual que orienta o juízo e bom senso. Há um fator de ambivalência a ser observado na manifestação religiosa. Por um lado a religiosidade gera atrito ao contrapor ideais absurdos sob o ponto de vista racional à justificações de cunho puramente racionalista do mundo não-religioso.

   É uma luta pacífica que se trava. Uma guerra fria, onde a hipocrisia encontra o ambiente perfeito para se proliferar. Nas contradições comportamentais de fervorosos
convictos em sua religiosidade, podem ser encontrados traços de um amor que os homens “têm” uns pelos outros, mas que, na verdade, manifestam à divindade, unicamente. É uma verdade de razão: As pessoas não se amam [de qualquer orientação religiosa] como preconiza suas convicções ideológicas. Aí reside a lógica que sustenta a ambivalência citada anteriormente. A mesma classe religiosa que critica comportamentos sociais “fora de padrão” vive esses mesmos comportamentos, porém sob a égide da fé religiosa, que encobre algumas “vergonhas aceitáveis”, ao passo que condena os caminhos laicos da humanidade. Mas aí já é outra história.

  Por isso [e pela história] fica fácil perceber a necessidade – embora controversa – do ambiente religioso no mundo. Mesmo com as guerras e desgraças que alguns grupos ocasionam, a fé religiosa ainda serve de termômetro para a análise comportamental do mundo. É verdade que também serve como coleira para os fracos; mesmo assim, há que se considerar que nem todos têm o senso de vida social autorregulável e, portanto, precisam de um guia de sobrevivência na selva social.

[interessante/afim] Carta Capital  ISER  entre outros

[imagens: google]

9 comentários:

Emmanuela disse...
16 de janeiro de 2011 às 19:13  

Sua reflexão sobre religiosidade exprime as minhas opiniões e sentimentos. Genial como todas as suas postagens.

Fiquei imensamente feliz com o seu último comentário no meu blog, é o tipo de elogio que impulsiona, motiva. Muito obrigada mesmo!

Gaspar de Jesus disse...
18 de janeiro de 2011 às 19:54  

Obrigado pela visita.
Bela reflexão.
Abraço
G.J.

DecorflorindoUnhas Adesivos disse...
22 de janeiro de 2011 às 07:27  

Bem vindo ao meu blog, acho q oassunto q vc aborda dá assunto para um congresso de discussões, é muito profundo, envolve muitos parâmetros. Desculpe se não me expressei corretamente, não sou acadêmica.

Unknown disse...
24 de janeiro de 2011 às 12:47  

la religione è una regola utile dove la legge dell'uomo non ha ancora previsto un controllo scritto. Purtroppo più si è poveri e malati più si ha bisogno di una religione più si è ricchi e in salute e meno si ha bisogno di un dio.

albuquerque júnior disse...
24 de janeiro de 2011 às 13:20  

(RE: utente)

[...uomo Gran utente ... non solo i poveri hanno bisogno di un dio, nel corso della storia, ha mostrato la sua dipendenza eterna sul sacro. circa le essenze soprannaturale ... gli esseri umani sono ancora a conoscenza della sua pienezza ...]

Shuzy disse...
7 de fevereiro de 2011 às 16:00  

Falar sobre religiosidade é sempre tão delicado. Eu decidi conhecer e respeitá-las.

(Que lindo seria um mundo onde cada um segue o que sua fé prega...)

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...
16 de fevereiro de 2011 às 11:20  

Bom dia.
Adorei!!

Respeito todas as religiões, mas atualmente não frequento nenhuma delas.

Penso hoje, que a minha religião é continuar não fazendo com os outros, o que não quero que façam comigo.

É amar o próximo como a mim mesma. É não ser omissa diante da injustiça, é não me acovardar.
É banir todos os preconceitos.

É viver com dignidade.

Um grande abraço.

Maria Auxiliadora (Amapola)

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...
16 de fevereiro de 2011 às 11:23  

Há muita hipocrisia que insiste em levantar bandeiras religiosas, como se ela fosse um escudo.

jodenir disse...
24 de fevereiro de 2011 às 19:47  

Eu poderia ficar horas conversando sobre isso.
Cara, fiquei fan do seu blog. Instigante!

Desculpa, mas agora fiquei curioso, eu lembro do seu rosto, mas não consegui me lembrar de você no Meta, desculpa mesmo!

Obrigado pelo comentário, posso acrescentar seu blog a minha lista de favoritos?

Caso tenha um contato numa rede social, me adiciona lá para a gente conversar!

Abraço e sucesso!


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Espaço de conteúdo [basicamente] acadêmico. Ainda em construção, este blog publica textos entregues em trabalhos da faculdade, além de pensamentos e comentários do próprio autor. A intenção é justamente essa: que você leia e critique. Que você goste ou não. Dividem a responsabilidade comigo os que comentam neste espaço.

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