Seria pretensão demais tentar esgotar um tema tão elevado em meia dúzia de linhas. Estudiosos de várias esferas acadêmicas – geólogos, antropólogos, cientistas sociais, historiadores e afins, há muito se debruçam sobre o assunto, núcleo imprescindível para os que insistem em querer manifestar opinião sobre a vida religiosa das pessoas. O termo “religiosidade” é permeado por uma série de valores, crenças, mitos e ritos, que coadjuvam [e compõem] o sistema social dos que adotam literaturas sagradas como regra de fé e prática para suas vidas.
A ideia aqui é a tentativa de clarificar a visão de mundo que alguns tendenciosos têm sobre os religiosos; entretanto, também não se advoga nenhuma causa relativa às crenças do mundo, que já têm sua proteção tutelada pelos fieis que alimentam suas abstrações nos ritos que compõem suas vidas espirituais – e sociais. A crítica de intenção pejorativa, que aliena os benefícios da prática religiosa, deve tirar longas férias, já que é sempre acompanhada pela perda de diferencial analítico, pela falta de estruturação intelectual que orienta o juízo e bom senso. Há um fator de ambivalência a ser observado na manifestação religiosa. Por um lado a religiosidade gera atrito ao contrapor ideais absurdos sob o ponto de vista racional à justificações de cunho puramente racionalista do mundo não-religioso.
É uma luta pacífica que se trava. Uma guerra fria, onde a hipocrisia encontra o ambiente perfeito para se proliferar. Nas contradições comportamentais de fervorosos
convictos em sua religiosidade, podem ser encontrados traços de um amor que os homens “têm” uns pelos outros, mas que, na verdade, manifestam à divindade, unicamente. É uma verdade de razão: As pessoas não se amam [de qualquer orientação religiosa] como preconiza suas convicções ideológicas. Aí reside a lógica que sustenta a ambivalência citada anteriormente. A mesma classe religiosa que critica comportamentos sociais “fora de padrão” vive esses mesmos comportamentos, porém sob a égide da fé religiosa, que encobre algumas “vergonhas aceitáveis”, ao passo que condena os caminhos laicos da humanidade. Mas aí já é outra história.
convictos em sua religiosidade, podem ser encontrados traços de um amor que os homens “têm” uns pelos outros, mas que, na verdade, manifestam à divindade, unicamente. É uma verdade de razão: As pessoas não se amam [de qualquer orientação religiosa] como preconiza suas convicções ideológicas. Aí reside a lógica que sustenta a ambivalência citada anteriormente. A mesma classe religiosa que critica comportamentos sociais “fora de padrão” vive esses mesmos comportamentos, porém sob a égide da fé religiosa, que encobre algumas “vergonhas aceitáveis”, ao passo que condena os caminhos laicos da humanidade. Mas aí já é outra história.
Por isso [e pela história] fica fácil perceber a necessidade – embora controversa – do ambiente religioso no mundo. Mesmo com as guerras e desgraças que alguns grupos ocasionam, a fé religiosa ainda serve de termômetro para a análise comportamental do mundo. É verdade que também serve como coleira para os fracos; mesmo assim, há que se considerar que nem todos têm o senso de vida social autorregulável e, portanto, precisam de um guia de sobrevivência na selva social.
[interessante/afim] Carta Capital ISER entre outros
[imagens: google]