Em que acreditar?
Onde depositar as esperanças?
Onde se pode encontrar águas límpidas e profundas, ou um lindo bosque,
escondido sob um luzidio fim de tarde?
Onde se pode ouvir a queda de uma pétala seca?
Onde se refugiar do medo?
Onde encontrar a força que obste as incertezas?
Como fugir das lágrimas?
Como alcançar o invisível e tornar claro o inevidente?
Onde vivenciar a limpidez da sinceridade, ou assumir a performance impetuosa do vento?
Como vencer as fragilidades do coração?
Como encarar a vida, ao mesmo tempo, driblando a coragem?
Como olhar pra dentro de si e defrontar a sequidão que às vezes nos aprisiona?
Como não chorar a sós, na lembrança dos problemas, ou no alvitre do choro alheio?
Onde se pode encontrar águas límpidas e profundas, ou um lindo bosque,
escondido sob um luzidio fim de tarde?
Onde se pode ouvir a queda de uma pétala seca?
Onde e como perceber o sorriso do tempo?
Como materializar a inspiração se, embora consumada, permanece dentro do artista?
Como fomentar o sorriso num mundo como este?
Como explicar a densidade dos pensamentos, tão “tocáveis”?
Onde encontrar a cura para um coração apaixonado?
Como saciar a sede do miserável ante a inércia luxuosa do leviano opulento?
Como encontrar nossos defeitos antes que outros o façam?
Onde está a alegria, o repouso, o lago translúcido naquele lindo bosque?
Onde estão a experiência e a inteligência, quando mais se precisa delas?
Onde estou agora, ao compor isto, que flui não sei de onde?
Como posso não vencer a mim mesmo, sabendo que sou tão fraco?
Como pode, onde, de que maneira, será possível obter respostas?
Como ultimar as indagações, se elas são maiores e mais numerosas que as certezas?
Como, onde, quando?
Onde se pode encontrar águas límpidas e profundas, ou um lindo bosque,
escondido sob um luzidio fim de tarde?
Onde se pode ouvir a queda de uma pétala seca?
Como ultimar as indagações, se elas são maiores e mais numerosas que as certezas, minhas incertezas?
Onde? Como? De que maneira?